Nem sei se todos sabem, mas para os deficientes em geral utilizarem os transportes públicos da cidade de São Paulo gratuitamente é necessário que se identifiquem com uma carteirinha especial da prefeitura, constando nome, foto, e essa carteirinha é a garantia que eles tem de que trata-se de uma pessoa que realmente possui algum tipo de deficiência e também é uma forma de controlarem irregularidades, porém para fazer a tal carteirinha é necessário que a pessoa se dedique umas boas horas e dias da vida e tenha muita paciência.
Até agosto desse ano (2009) eu ainda não tinha a minha, não por falta de vontade, mas por não ter conseguido informações que pudessem me ajudar para obter a tal. Somente em maio desse ano que consegui saber como fazia o tal procedimento.
Enquanto não a tinha, precisei discutir com muitos funcionários para poder circular por aí pois não achava justo ter que pagar por causa de não ter a carteirinha especial, não era todo dia que eu tinha como pagar. Sei que existe a regra, mas a Lei é clara: isenção para deficientes. A carteirinha é só uma forma de controlar fraudes, mas eu tenho a certeza absoluta que não estava "fraudando" a Lei.
Quando eu chegava à estação do metrô por exemplo, já explicava para o funcionário do bloqueio(catracas) a situação e mesmo assim precisava discutir, "bater o pé", questionando-os "Me mostra um documento onde tem escrito o tal procedimento?"; "O senhor não consegue ver que estou numa cadeira de rodas?" ; "Vamos falar de ética? O senhor acha ético não permitir a minha entrada sendo que existe uma Lei que permite?"; "Então vamos abrir uma comissão de ética!"; "Se o governo facilitasse já teria a carterinha"; "Não estou sendo criminosa, tenho certeza"... e por aí vai. Algumas vezes eles me barraram mesmo, a sorte que eu sempre que precisava pegar o metrô, iria preparada com um dinheiro reserva, outras vezes abriam a portinha "bufando" e falavam "Hoje eu vou deixar, mas amanhã você esteja com a carteirinha".
Já no ônibus a situação é bem diferente, raramente eles pedem a carteirinha.
No próximo post mostrarei como faz para obter a carteirinha e contarei como foi a saga para obter a minha.
Este é um blog para aqueles que tem curiosidade de saber como é a vida de alguém que utiliza uma cadeira de rodas no dia-a-dia. De uma forma simples exponho situações da minha vida, reflexões, sempre com intuito de mostrar que possamos ser felizes mesmo "aparentemente" limitados, que a limitação está nos olhos de quem vê.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
sábado, 21 de novembro de 2009
O reservado...
Para tirar a teia desse blog, contarei uma historinha rápida que vivenciei com meu amigo de trabalho, o Michel. Era uma terça-feira de uma semana normal, saímos juntos do trabalho, pois eu tinha um compromisso e aproveitei para ir com ele já que meu compromisso era perto da onde ele ia. Pegamos um ônibus até a Paulista e de lá fomos até a Av. Brigadeiro para pegar um outro ônibus, e fizemos isso, e com cuidado pois avisei-o que a cadeira poderia parar a qualquer momento mas dessa vez ela não parou, perdeu um pouco de velocidade na hora que atravessávamos mas continuou a andar, chegamos na Brigadeiro e ficamos aguardando um ônibus que fosse piso baixo (que abre uma rampa na altura da calçada), só que começou a demorar, e o tempo estava passando, e então resolvemos voltar para Paulista para tentar ônibus por lá, estávamos com fome, e ambos viciados em Mcdonalds, só conseguíamos pensar na tal lanchonete, mas não podíamos, pois estávamos sem tempo e "duros" também, evitamos até de atravessar a avenida na frente do "Mc" para não correr o risco de entrar. Chegamos na Paulista e ficamos esperando, e esperando... nada de ônibus piso baixo, e o tempo passando...resolvemos voltar para Brigadeiro novamente, pois ali não parecia que iríamos ter sucesso. Quando chegamos no ponto da Brigadeiro, avistei o ônibus piso baixo, e nós ficamos eufóricos e felizes, porém um detalhe, no letreiro "RESERVADO", Que DROGA! Mas observamos rapidamente que haviam pessoas dentro do ônibus, então "vamos dar o sinal para ver se ele para!" e não é que ele parou! Ufa, pensamos, o motorista abriu a porta, Michel abriu a rampa, entramos e logo o cobrador grita, "Ele não, só ela" ai eu "ELE TÁ COMIGO", "Ah então tabom" só faltava eu entrar e o Mi ficar para trás... daí perguntei ao cobrador o por quê do reservado e ele disse que era porque a catraca tinha acabado de quebrar, e aí Michel vira para mim e fala, "Mi que ótimo, ele não vai parar em muitos pontos, vamos super rápido" Ueba, maravilha, depois de tudo que passamos para conseguir o ônibus estávamos merecendo, mas, como nem tudo são flores, um trânsito fora do comum na Brigadeiro, embora Michel tentava me confortar que era só até o farol no final dela que depois já andava, mas... JUSTO naquele dia, quebrou um ônibus no corredor da Santo Amaro, e ficamos muito tempo dentro do ônibus, no trânsito, com fome.
Ainda faltava para mim outra parte de aventura, precisei descer desse tão achado ônibus para pegar um outro, sem o Michel, ele continuou dentro dele para ir para o "resto de aula" da faculdade, diz ele que houve alguns conflitos no ônibus logo que saí, o motorista deu uma bronca nele porque ele deveria ter o avisado que eu iria pegar outro ônibus em outro ponto que ele me deixaria lá, mas eu sabia que isso seria enviável já que a plataforma era oposta, eu ficaria no canteiro central junto às plantas. E logo depois houve uma confusão de mulher estressada querendo bater numa criança que estava brincando, e sua avó quis defendê-la a qualquer custo.
Eu continuei a minha batalha de ir a um endereço totalmente novo e desconhecido, já estava escuro e no ponto somente eu, uma mulher e um cara, e a noite não enxergo bem o letreiro do ônibus pois sou míope, e preciso que chegue bem perto para eu ler, então dou sinal, eles vem parando, eu leio, se não é o que eu preciso dispenso, pratica não? Os motoristas "adoram"!!
Peguei o ônibus que eu precisava, porém um susto, o motorista estava brigando com um passageiro que tinha acabado de descer chingando-o, aí ele(motorista) abriu a rampa para eu entrar, porém na hora de fechá-la gritou concluindo a discussão "Seu c****ão" para o rapaz e bateu a rampa, fazendo um barulho ensurdecedor, tenso! Ainda bem que eu só tinha que ficar dentro daquele ônibus por dois pontos. Desci e uma surpresa, tinha um degrau para conseguir atravessar a avenida, e eu vendo que estava só daquele lado, comecei a fazer gestos para um homem do outro lado da avenida que estava me observando por curiosidade, e ele conseguiu entender que eu precisava que ele me ajudasse, atravessamos, e perguntei onde era a rua que eu precisava chegar, e ele disse que eram uns 3 quarteirões dali onde estava. Fui e consegui chegar, muito atrasada, mas deu tudo certo.
ps: Muito obrigada ao Michel, por ter feito parte dessa aventura, na próxima vamos comer Mcdonalds! E me desculpa por você ter chegado tão atrasado na faculdade.
Ainda faltava para mim outra parte de aventura, precisei descer desse tão achado ônibus para pegar um outro, sem o Michel, ele continuou dentro dele para ir para o "resto de aula" da faculdade, diz ele que houve alguns conflitos no ônibus logo que saí, o motorista deu uma bronca nele porque ele deveria ter o avisado que eu iria pegar outro ônibus em outro ponto que ele me deixaria lá, mas eu sabia que isso seria enviável já que a plataforma era oposta, eu ficaria no canteiro central junto às plantas. E logo depois houve uma confusão de mulher estressada querendo bater numa criança que estava brincando, e sua avó quis defendê-la a qualquer custo.
Eu continuei a minha batalha de ir a um endereço totalmente novo e desconhecido, já estava escuro e no ponto somente eu, uma mulher e um cara, e a noite não enxergo bem o letreiro do ônibus pois sou míope, e preciso que chegue bem perto para eu ler, então dou sinal, eles vem parando, eu leio, se não é o que eu preciso dispenso, pratica não? Os motoristas "adoram"!!
Peguei o ônibus que eu precisava, porém um susto, o motorista estava brigando com um passageiro que tinha acabado de descer chingando-o, aí ele(motorista) abriu a rampa para eu entrar, porém na hora de fechá-la gritou concluindo a discussão "Seu c****ão" para o rapaz e bateu a rampa, fazendo um barulho ensurdecedor, tenso! Ainda bem que eu só tinha que ficar dentro daquele ônibus por dois pontos. Desci e uma surpresa, tinha um degrau para conseguir atravessar a avenida, e eu vendo que estava só daquele lado, comecei a fazer gestos para um homem do outro lado da avenida que estava me observando por curiosidade, e ele conseguiu entender que eu precisava que ele me ajudasse, atravessamos, e perguntei onde era a rua que eu precisava chegar, e ele disse que eram uns 3 quarteirões dali onde estava. Fui e consegui chegar, muito atrasada, mas deu tudo certo.
ps: Muito obrigada ao Michel, por ter feito parte dessa aventura, na próxima vamos comer Mcdonalds! E me desculpa por você ter chegado tão atrasado na faculdade.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
E o vento quase levou...
Era época de chuvas fortes de verão, aquelas que o céu fica preto, começa a ventar e despenca mais de milhões de litros em instantes e um dia normal de rotina.
Estava indo para o trabalho e eu muito "precavida", resolvi abrir o guarda-chuva ANTES da chuva pois o céu estava preto e logo em instantes o previsto iria acontecer. Abri o guarda-chuva (agora tenho dos grandes) e segui o trecho que gasto mais ou menos uns 7 minutos "rodando", e pensava "Ah, como fui esperta" digo isso porque toda vez que começa a chover, eu com a minha super habilidade, levo um tempo para abrí-lo e sempre acabo me molhando, o que não é muito agradável se for bem no dia que fiz "escova" no cabelo.
Atravessei a primeira parte de uma avenida movimentada e fiquei aguardando o farol de pedestres para atravessar o corredor de ônibus, neste momento, começou um vendaval, passavam voando sacolas plásticas, papelão, papel, as pessoas corriam, e eu lá com o guarda-chuva aberto, brigando com ele, porque ele queria fechar, depois me puxava pra frente, de lado, de outro, só que derrepente a posição do vento mudou, e o guarda-chuva me puxou para trás violentamente, ficando enroscado na minha bolsa, me deixando presa a ele, não tinha como puxá-lo de volta, e a força do vento era tão forte, que a cadeira começou a andar para trás, tudo questão de segundos, eu não conseguia ver uma solução para aquela situação, só sei que (olha o mico) um motorista de ônibus que estava parado no ponto começou a buzinar loucamente e apontar para mim para que alguém que estivesse passando, na realidade correndo (pessoas loucas com medo da chuva) me vissem, aliás, deveriam ter me fotografado, porque até eu queria ver essa cena, e uma mulher e um ciclista me "salvaram", desenroscaram o guarda-chuva com dificuldade pois não era fácil e o vento era tão forte que os dois não conseguiram fechá-lo de primeira. Recomposta agradeci-os e segui para o ponto, meio trêmula e com uma marca roxa no pescoço. Acho que aprendi a lição vale mais um cabelo molhado do que quase sair voando por aí.
Moral da história, nunca andem com o guarda-chuva aberto sem estar chovendo pois você pode correr o risco de sair voando pelos céus da cidade.
Estava indo para o trabalho e eu muito "precavida", resolvi abrir o guarda-chuva ANTES da chuva pois o céu estava preto e logo em instantes o previsto iria acontecer. Abri o guarda-chuva (agora tenho dos grandes) e segui o trecho que gasto mais ou menos uns 7 minutos "rodando", e pensava "Ah, como fui esperta" digo isso porque toda vez que começa a chover, eu com a minha super habilidade, levo um tempo para abrí-lo e sempre acabo me molhando, o que não é muito agradável se for bem no dia que fiz "escova" no cabelo.
Atravessei a primeira parte de uma avenida movimentada e fiquei aguardando o farol de pedestres para atravessar o corredor de ônibus, neste momento, começou um vendaval, passavam voando sacolas plásticas, papelão, papel, as pessoas corriam, e eu lá com o guarda-chuva aberto, brigando com ele, porque ele queria fechar, depois me puxava pra frente, de lado, de outro, só que derrepente a posição do vento mudou, e o guarda-chuva me puxou para trás violentamente, ficando enroscado na minha bolsa, me deixando presa a ele, não tinha como puxá-lo de volta, e a força do vento era tão forte, que a cadeira começou a andar para trás, tudo questão de segundos, eu não conseguia ver uma solução para aquela situação, só sei que (olha o mico) um motorista de ônibus que estava parado no ponto começou a buzinar loucamente e apontar para mim para que alguém que estivesse passando, na realidade correndo (pessoas loucas com medo da chuva) me vissem, aliás, deveriam ter me fotografado, porque até eu queria ver essa cena, e uma mulher e um ciclista me "salvaram", desenroscaram o guarda-chuva com dificuldade pois não era fácil e o vento era tão forte que os dois não conseguiram fechá-lo de primeira. Recomposta agradeci-os e segui para o ponto, meio trêmula e com uma marca roxa no pescoço. Acho que aprendi a lição vale mais um cabelo molhado do que quase sair voando por aí.
Moral da história, nunca andem com o guarda-chuva aberto sem estar chovendo pois você pode correr o risco de sair voando pelos céus da cidade.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Interferências das antenas?
Um fato curioso vem acontecendo com a minha cadeira motorizada. Alguns pontos da Av. Paulista a cadeira não anda, ela começa a perder a força, dá trancos e se eu estiver em uma velocidade alta, o tranco fica forte com risco até de eu cair no chão, praticamente ela vira um brinquedo de parque de diversão =/.
Não sei se isso acontece com outros "cadeirantes motorizados", gostaria até de começar uma pesquisa para saber.
A suspeita que tenho, já que isso acontece bem quando estou próxima a elas, são das grandes antenas que a Av. Paulista mantém.
Mas gente, se for antena, isso é muito grave, como disse um amigo uma vez, se for uma ambulância que estiver passando e os equipamentos falharem? E se algum portador de marca-passo ter o equipamento danificado por conta dessas antenas? Por quê elas interfeririam? Rádios Piratas? Cadê a fiscalização dessas antenas?
Certa vez eu estava indo fazer uns exames em uma clínica na Rua Augusta, e optei por ir pela Paulista, desci no metrô consolação e segui em frente pela calçada, quando faltava uns 400 mts, a cadeira começou a "galopar", fazia barulho com uma trepidação terrível, logo pensei "Vou explodir" "Serei capa de Jornais: Menina cadeirante explode em plena Paulista" humor negro? Bem, vai saber o que poderia acontecer comigo naquela hora se eu esperasse pra ver!
Desliguei a cadeira e fiquei esperando alguém passar para me ajudar, passou um casal apressado e pedi para eles se eles poderiam me ajudar e o senhor entendeu que eu queria saber que horas eram e eles não tinham relógio, disseram "Não temos relógio" e foram apressados embora, logo em seguida passaram dois rapazes, pedi ajuda e eles aceitaram, foram me empurrando até a clínica na Rua Augusta, e o mais curioso que o rapaz que estava empurrando disse "Teve um dia que meu carro não quis abrir as portas de jeito nenhum aqui na Paulista, parecia que o alarme estava em interferência com a antena, tivemos que empurrá-lo para um local que funcionasse".
Há suspeitas bem claras que existe a interferência das antenas com outros equipamentos eletrônicos, mas volto a perguntar, CADÊ A FISCALIZAÇÃO DESSAS ANTENAS?????? Quando é que vou poder voltar a circular tranquilamente pela Paulista?
Não sei se isso acontece com outros "cadeirantes motorizados", gostaria até de começar uma pesquisa para saber.
A suspeita que tenho, já que isso acontece bem quando estou próxima a elas, são das grandes antenas que a Av. Paulista mantém.
Mas gente, se for antena, isso é muito grave, como disse um amigo uma vez, se for uma ambulância que estiver passando e os equipamentos falharem? E se algum portador de marca-passo ter o equipamento danificado por conta dessas antenas? Por quê elas interfeririam? Rádios Piratas? Cadê a fiscalização dessas antenas?
Certa vez eu estava indo fazer uns exames em uma clínica na Rua Augusta, e optei por ir pela Paulista, desci no metrô consolação e segui em frente pela calçada, quando faltava uns 400 mts, a cadeira começou a "galopar", fazia barulho com uma trepidação terrível, logo pensei "Vou explodir" "Serei capa de Jornais: Menina cadeirante explode em plena Paulista" humor negro? Bem, vai saber o que poderia acontecer comigo naquela hora se eu esperasse pra ver!
Desliguei a cadeira e fiquei esperando alguém passar para me ajudar, passou um casal apressado e pedi para eles se eles poderiam me ajudar e o senhor entendeu que eu queria saber que horas eram e eles não tinham relógio, disseram "Não temos relógio" e foram apressados embora, logo em seguida passaram dois rapazes, pedi ajuda e eles aceitaram, foram me empurrando até a clínica na Rua Augusta, e o mais curioso que o rapaz que estava empurrando disse "Teve um dia que meu carro não quis abrir as portas de jeito nenhum aqui na Paulista, parecia que o alarme estava em interferência com a antena, tivemos que empurrá-lo para um local que funcionasse".
Há suspeitas bem claras que existe a interferência das antenas com outros equipamentos eletrônicos, mas volto a perguntar, CADÊ A FISCALIZAÇÃO DESSAS ANTENAS?????? Quando é que vou poder voltar a circular tranquilamente pela Paulista?
sábado, 3 de outubro de 2009
Sem carga, e agora?
Sempre me perguntam " Se acabar a carga da cadeira, o que você faz?" e eu sempre respondia "Não sei, ainda não passei por isso, e nem quero passar", pois bem, esse dia tinha que chegar né, e chegou, mas até que consegui sair de boa dessa aventura, como diz uma amiga da facul "Menina, você tem dois anjos, não é possível!".
Bem, as baterias da cadeira de rodas que uso são iguaizinhas de carro, deveriam durar pelo menos 1 ano, mas não foi o que ocorreu, elas duraram somente 8 meses. Estava eu atravessando uma rua, movimentada por sinal, mas estava aberto o farol para pedestres, e na metade dela, acendeu a luzinha vermelha de On/Off da cadeira indicando que "Ei psiu, já era, ponto final para você" gente, meu coração disparou, a cadeira diminuiu bruscamente a velocidade passando a andar lentamente, para o meu desespero. Eu só pensava "Vamos filhinha do meu coração, força, você consegue chegar até o outro lado, vai.. vaaaaaaaaai" e consegui, cheguei do outro lado, subi a calçada com zero de força da cadeira, nem vermelho mais aparecia, fui indo devagarzinho, e graças a Deus eu estava perto de uma estação de metrô, cheguei na porta de entrada e pedi para que chamassem um funcionário "Peeeeeloaaamoorrrdeeedeeeeeus". O funcionário chegou, ele era bem magro e logo pensei "Coitado, mal sabe o que está por vir". Essa cadeira quando não tem carga e precisa ser empurrada parece que tem uns 100 quilos, sem brincadeira. Bem, acontece que nem tudo é perfeito, o aparelho lá que é uma espécie de "elevadorzinho" de cadeira de rodas que desce as escadas estava quebrado, a gente teria que atravessar a avenida e entrar pela outra entrada de escada rolante. Acontece que funcionário nenhum pode sair da estação, e ele não queria de jeito nenhum me ajudar atravessar, mas como eu não sou de abaixar a cabeça (mimada né?) olhei para ele e disse "Eu não sei como fazer então! Vai me deixar aqui mesmo?" aí ele "Ok, eu vou, mas se eles souberem que eu saí vão me matar, vou perder meu emprego" (pensou se leêm este post? :P ainda bem que eu não menciono nome de nada rsrs) Aí fomos atravessar, e ele disse "Vamos esperar o sinal abrir pra gente, porque se eu for atropelado vão descobrir que eu saí" Eu não sabia se ria, ou se me desesperava, mas era uma situação muito cômica. Foi me empurrando com um mega esforço até o vagão do metrô. Avisou a estação que eu ia descer para que pudessem continuar me ajudando. Quando chego na estação, deparo com uma funcionária digamos um pouco menos com vantagem física e novamente eu penso "Aiii nãooo, tadinhaaaa" expliquei para ela da situação e ela topou ajudar, foi me empurrando até a saída da estação (e detalhe que é uma subida bem chata, ela com certeza fez o exercício da semana toda), chegamos na saída e pedi que me deixasse no posto policial (é, a aventura ainda não acabou) conversei com o policial e perguntei se algum deles poderiam me empurrar até o meu trabalho que era mais ou menos perto, uma reta de 7 minutos de caminhada, o policial muito simpático aceitou porém só estava ele no posto, teria que aguardar a chegada dos colegas que estavam na rota. Fiquei aguardando confesso que rezei para não passar nenhum conhecido, pois como explicaria o porque que estava naquele posto policial. Acho que demorou uns 50 minutos e chegaram 3 policiais, e aí um deles me levou. Um policial simpático, viemos conversando, ele ofegante contando da vida, da esposa, do trabalho, eu fazia perguntas sobre a violência daquela região. A entrada do meu trabalho são duas rampas, imagina depois de 7 minutos empurrando, encarou mais duas rampas.
É minha amiga tem razão, devo ter dois anjos da guarda para colocarem na minha vida esses "anjos encarnados" para me ajudar, senão estaria lascada e agora eu sei o que acontece quando acaba a carga da cadeira. ;)
Bem, as baterias da cadeira de rodas que uso são iguaizinhas de carro, deveriam durar pelo menos 1 ano, mas não foi o que ocorreu, elas duraram somente 8 meses. Estava eu atravessando uma rua, movimentada por sinal, mas estava aberto o farol para pedestres, e na metade dela, acendeu a luzinha vermelha de On/Off da cadeira indicando que "Ei psiu, já era, ponto final para você" gente, meu coração disparou, a cadeira diminuiu bruscamente a velocidade passando a andar lentamente, para o meu desespero. Eu só pensava "Vamos filhinha do meu coração, força, você consegue chegar até o outro lado, vai.. vaaaaaaaaai" e consegui, cheguei do outro lado, subi a calçada com zero de força da cadeira, nem vermelho mais aparecia, fui indo devagarzinho, e graças a Deus eu estava perto de uma estação de metrô, cheguei na porta de entrada e pedi para que chamassem um funcionário "Peeeeeloaaamoorrrdeeedeeeeeus". O funcionário chegou, ele era bem magro e logo pensei "Coitado, mal sabe o que está por vir". Essa cadeira quando não tem carga e precisa ser empurrada parece que tem uns 100 quilos, sem brincadeira. Bem, acontece que nem tudo é perfeito, o aparelho lá que é uma espécie de "elevadorzinho" de cadeira de rodas que desce as escadas estava quebrado, a gente teria que atravessar a avenida e entrar pela outra entrada de escada rolante. Acontece que funcionário nenhum pode sair da estação, e ele não queria de jeito nenhum me ajudar atravessar, mas como eu não sou de abaixar a cabeça (mimada né?) olhei para ele e disse "Eu não sei como fazer então! Vai me deixar aqui mesmo?" aí ele "Ok, eu vou, mas se eles souberem que eu saí vão me matar, vou perder meu emprego" (pensou se leêm este post? :P ainda bem que eu não menciono nome de nada rsrs) Aí fomos atravessar, e ele disse "Vamos esperar o sinal abrir pra gente, porque se eu for atropelado vão descobrir que eu saí" Eu não sabia se ria, ou se me desesperava, mas era uma situação muito cômica. Foi me empurrando com um mega esforço até o vagão do metrô. Avisou a estação que eu ia descer para que pudessem continuar me ajudando. Quando chego na estação, deparo com uma funcionária digamos um pouco menos com vantagem física e novamente eu penso "Aiii nãooo, tadinhaaaa" expliquei para ela da situação e ela topou ajudar, foi me empurrando até a saída da estação (e detalhe que é uma subida bem chata, ela com certeza fez o exercício da semana toda), chegamos na saída e pedi que me deixasse no posto policial (é, a aventura ainda não acabou) conversei com o policial e perguntei se algum deles poderiam me empurrar até o meu trabalho que era mais ou menos perto, uma reta de 7 minutos de caminhada, o policial muito simpático aceitou porém só estava ele no posto, teria que aguardar a chegada dos colegas que estavam na rota. Fiquei aguardando confesso que rezei para não passar nenhum conhecido, pois como explicaria o porque que estava naquele posto policial. Acho que demorou uns 50 minutos e chegaram 3 policiais, e aí um deles me levou. Um policial simpático, viemos conversando, ele ofegante contando da vida, da esposa, do trabalho, eu fazia perguntas sobre a violência daquela região. A entrada do meu trabalho são duas rampas, imagina depois de 7 minutos empurrando, encarou mais duas rampas.
É minha amiga tem razão, devo ter dois anjos da guarda para colocarem na minha vida esses "anjos encarnados" para me ajudar, senão estaria lascada e agora eu sei o que acontece quando acaba a carga da cadeira. ;)
As escoltas de cada dia...
Desde que começaram a melhorar as condições de transportes públicos para os deficientes em geral, eles melhoram muito a questão de segurança da pessoa com deficiência e até para as pessoas sem deficiências nas estações de trens, metrôs e até nas plataformas de ônibus.
Digo isso porque hoje há muitos profissionais trabalhando para isso.
Para vocês terem uma idéia, como eu já disse nos posts anteriores, por dia eu preciso utilizar metrô, trem e ônibus.
Quando chego no metrô, no bloqueio (nas catracas) já tem dois seguranças, de farda preta, com colete a prova de balas, tonfa (aquele bastão para render sujeitos indisciplinados) e normalmente eles são altos, fortes, com postura militar, mas são na maioria das vezes simpáticos, e numa conversa e outra acabam mostrando o lado de cidadão com sonhos, tristezas e tudo mais.
Quando desço na estação seguinte já tem uns 3 seguranças me aguardando, saio do vagão, cumprimento-lhes com um "boa tarde" e seguimos em direção a escada rolante que fica do outro lado da plataforma. A sensação que tenho é de uma Pop Star, totalmente escoltada, normalmente vamos em um ritmo rápido, eles andam muito rápido, um dia encontrei uma amiga neste trajeto e nem deu tempo de falar com ela, ela tentou "Oiii... tudo bem... tchau" não tinha como pará-los e nem explicar pra ela que não dava pra parar.
A parte da escada rolante é a mais divertida, 4 seguranças apanhando para desligar a escada e ligar novamente no sentido certo, quantas vezes estamos lá preparados para ligar e descer, e o sujeito vai e liga pra subir, coitado, vira motivo de tiração de sarro pro resto do dia.
Ao chegar na estação de trem, encontro mais seguranças, porém de uma outra empresa, é engraçado que dá pra perceber a diferença da forma de trabalho, são pessoas mais comuns, não possuem uma postura tãooo militar, embora sejam treinados para atuar como, estão lá fazendo a parte deles. São mais divertidos, piadistas, as vezes atrapalhados, mas são pessoas bacanas também.
Nesse post quis mostrar que a cada ano que passa aumentam a quantidade de profissionais zelando pela segurança de todos em todas as estações de trens, metrôs, e ônibus.
Digo isso porque hoje há muitos profissionais trabalhando para isso.
Para vocês terem uma idéia, como eu já disse nos posts anteriores, por dia eu preciso utilizar metrô, trem e ônibus.
Quando chego no metrô, no bloqueio (nas catracas) já tem dois seguranças, de farda preta, com colete a prova de balas, tonfa (aquele bastão para render sujeitos indisciplinados) e normalmente eles são altos, fortes, com postura militar, mas são na maioria das vezes simpáticos, e numa conversa e outra acabam mostrando o lado de cidadão com sonhos, tristezas e tudo mais.
Quando desço na estação seguinte já tem uns 3 seguranças me aguardando, saio do vagão, cumprimento-lhes com um "boa tarde" e seguimos em direção a escada rolante que fica do outro lado da plataforma. A sensação que tenho é de uma Pop Star, totalmente escoltada, normalmente vamos em um ritmo rápido, eles andam muito rápido, um dia encontrei uma amiga neste trajeto e nem deu tempo de falar com ela, ela tentou "Oiii... tudo bem... tchau" não tinha como pará-los e nem explicar pra ela que não dava pra parar.
A parte da escada rolante é a mais divertida, 4 seguranças apanhando para desligar a escada e ligar novamente no sentido certo, quantas vezes estamos lá preparados para ligar e descer, e o sujeito vai e liga pra subir, coitado, vira motivo de tiração de sarro pro resto do dia.
Ao chegar na estação de trem, encontro mais seguranças, porém de uma outra empresa, é engraçado que dá pra perceber a diferença da forma de trabalho, são pessoas mais comuns, não possuem uma postura tãooo militar, embora sejam treinados para atuar como, estão lá fazendo a parte deles. São mais divertidos, piadistas, as vezes atrapalhados, mas são pessoas bacanas também.
Nesse post quis mostrar que a cada ano que passa aumentam a quantidade de profissionais zelando pela segurança de todos em todas as estações de trens, metrôs, e ônibus.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Chuva + Cadeira = Aquaplanagem
Essa semana foi do São Pedro que resolveu se revoltar provocando gigantescas pancadas de chuvas, o que fez me lembrar de um grande sufoco que passei devido a essas "revoltas de São Pedro" há uns anos atrás.
Era dia de estréia de um musical que eu estava fazendo parte, e o diretor pediu que chegássemos mais cedo para fazermos uma "geral" e ajustar os últimos detalhes, me programei para sair de casa mais cedo, já que para chegar ao teatro, tinha que pegar um ônibus e um metrô, demorando aproximadamente 1h30 minutos.
Quando estava saindo, olhei para o céu, estava preto, escuro, dizendo, "Vou despejar milhões litros água em alguns instantes na sua cabeça", fiquei desesperada, pois estava com uma mochila, uma caixa de pizza de papelão (fazia parte do figurino), cabelo impecável com chapinha(alisado, cabelo ruim é dose), de saia, de sandália, e com um pequeno guarda-chuva. Fui com a minha cadeira no máximo da velocidade até o ponto da avenida, naquela época ainda não existiam tantos ônibus adaptados, eu tinha que pegar um normal e pedir que me ajudasse a entrar e detalhe que a linha que passava para ir ao metrô era precária, passava um a cada 30 minutos. A chuva já estava pra cair, dava pra sentir o cheiro da chuva chegando, e apareceu um ônibus(não adaptado) fiz o sinal e o motorista parou, olhou pra mim e perguntou "Você vai querer subir mesmo? Porque eu estou com pressa" nossa, não pensei duas vezes, já devolvi rispidamente "E o senhor quer que eu fique aqui, com a chuva despencando a minha cabeça? Eu tenho um compromisso, se eu não pegar esse, não vou conseguir chegar" a cara dele era a mais feia que podia ser, mas ainda bem que havia pessoas boas e dispostas a ajudar dentro do ônibus e me ajudaram a entrar. Me pegaram no colo e me colocaram sentada num banco, era um ônibus daqueles sanfonados, eu fiquei lá no fundo, pois a porta que passava a cadeira era a última, do fundão, pegaram a cadeira (2 rapazes) e com muito esforço conseguiram colocar perto de mim, fui segurando-a.
Bem, lá estava eu com raiva do motorista, porém muito aflita pelo o que estava por vir, uma verdadeira tempestade. Ela veio, muito forte, e logo as ruas começaram a alagar. O ônibus seguia lentamente, até um momento que em uma avenida grande, não teve jeito, teve que parar, ficamos mais ou menos 40 minutos parados até um momento que deu pra continuar seguindo o caminho. Chegou o momento que eu tive que descer, a chuva ainda estava muito forte, me ajudaram novamente, abri meu "litttle" guarda-chuva que mais era um enfeite, porque de guarda-chuva não tinha nada e meti a cara naquele temporal. O trecho que eu tinha que rodar, nem era muito longo, mas naquele dia tornou-se. Teve um momento que tive que encarar uma parte alagada, não dava pra saber se era fundo ou não, fui e era fundo! A água suja e nojenta bateu e molhou minha perna e meus pés (eu estava de saia e sandália), bléééééhhh, que nojo!! E aí que continuei em frente, "aquaplanando", pois a cadeira nem encostava mais as rodas no chão, até chegar na entrada do metrô. Fui para o metrô em um estado lastimável, acho que olhavam com dó, querendo me dar uma esmola pra ajudar, estava molhada, sem chapinha no cabelo (nessa altura já tinha ido pro espaço), com uma caixa de pizza (suposto resto de comida), eu era a própria mendiga...mas não liguei, peguei o metrô com o coração a mil por causa do atraso, até a estação que fica próxima ao teatro, e aí novamente tive que "rodar" mais um trecho debaixo da chuva, que estava dando uma trégua, até a hora que entrei na galeria do teatro já não chovia mais. Demorei ao todo 5 horas e alguns minutos para chegar, cheguei achando que fosse tomar aquela bronca por causa do atraso, mas só havia chegado duas pessoas e por "increspa que parível" estavam impecávelmente secas e maravilhosas. A estréia foi linda, embora alguns dos assistidos não conseguiram chegar a tempo para assistir por causa da chuva. Mas o que importa é que nós todos estávamos lá com muito amor, vontade de fazer e fizemos. =)
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Musical Banquete da Vida- Cia Mix Menestréis-Oficina dos Menestréis
Era dia de estréia de um musical que eu estava fazendo parte, e o diretor pediu que chegássemos mais cedo para fazermos uma "geral" e ajustar os últimos detalhes, me programei para sair de casa mais cedo, já que para chegar ao teatro, tinha que pegar um ônibus e um metrô, demorando aproximadamente 1h30 minutos.
Quando estava saindo, olhei para o céu, estava preto, escuro, dizendo, "Vou despejar milhões litros água em alguns instantes na sua cabeça", fiquei desesperada, pois estava com uma mochila, uma caixa de pizza de papelão (fazia parte do figurino), cabelo impecável com chapinha(alisado, cabelo ruim é dose), de saia, de sandália, e com um pequeno guarda-chuva. Fui com a minha cadeira no máximo da velocidade até o ponto da avenida, naquela época ainda não existiam tantos ônibus adaptados, eu tinha que pegar um normal e pedir que me ajudasse a entrar e detalhe que a linha que passava para ir ao metrô era precária, passava um a cada 30 minutos. A chuva já estava pra cair, dava pra sentir o cheiro da chuva chegando, e apareceu um ônibus(não adaptado) fiz o sinal e o motorista parou, olhou pra mim e perguntou "Você vai querer subir mesmo? Porque eu estou com pressa" nossa, não pensei duas vezes, já devolvi rispidamente "E o senhor quer que eu fique aqui, com a chuva despencando a minha cabeça? Eu tenho um compromisso, se eu não pegar esse, não vou conseguir chegar" a cara dele era a mais feia que podia ser, mas ainda bem que havia pessoas boas e dispostas a ajudar dentro do ônibus e me ajudaram a entrar. Me pegaram no colo e me colocaram sentada num banco, era um ônibus daqueles sanfonados, eu fiquei lá no fundo, pois a porta que passava a cadeira era a última, do fundão, pegaram a cadeira (2 rapazes) e com muito esforço conseguiram colocar perto de mim, fui segurando-a.
Bem, lá estava eu com raiva do motorista, porém muito aflita pelo o que estava por vir, uma verdadeira tempestade. Ela veio, muito forte, e logo as ruas começaram a alagar. O ônibus seguia lentamente, até um momento que em uma avenida grande, não teve jeito, teve que parar, ficamos mais ou menos 40 minutos parados até um momento que deu pra continuar seguindo o caminho. Chegou o momento que eu tive que descer, a chuva ainda estava muito forte, me ajudaram novamente, abri meu "litttle" guarda-chuva que mais era um enfeite, porque de guarda-chuva não tinha nada e meti a cara naquele temporal. O trecho que eu tinha que rodar, nem era muito longo, mas naquele dia tornou-se. Teve um momento que tive que encarar uma parte alagada, não dava pra saber se era fundo ou não, fui e era fundo! A água suja e nojenta bateu e molhou minha perna e meus pés (eu estava de saia e sandália), bléééééhhh, que nojo!! E aí que continuei em frente, "aquaplanando", pois a cadeira nem encostava mais as rodas no chão, até chegar na entrada do metrô. Fui para o metrô em um estado lastimável, acho que olhavam com dó, querendo me dar uma esmola pra ajudar, estava molhada, sem chapinha no cabelo (nessa altura já tinha ido pro espaço), com uma caixa de pizza (suposto resto de comida), eu era a própria mendiga...mas não liguei, peguei o metrô com o coração a mil por causa do atraso, até a estação que fica próxima ao teatro, e aí novamente tive que "rodar" mais um trecho debaixo da chuva, que estava dando uma trégua, até a hora que entrei na galeria do teatro já não chovia mais. Demorei ao todo 5 horas e alguns minutos para chegar, cheguei achando que fosse tomar aquela bronca por causa do atraso, mas só havia chegado duas pessoas e por "increspa que parível" estavam impecávelmente secas e maravilhosas. A estréia foi linda, embora alguns dos assistidos não conseguiram chegar a tempo para assistir por causa da chuva. Mas o que importa é que nós todos estávamos lá com muito amor, vontade de fazer e fizemos. =)
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Musical Banquete da Vida- Cia Mix Menestréis-Oficina dos Menestréis
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Rótulos...
Nessas aventuras de pegar ônibus pra cá e pra lá, rolam muitas coisas, uma delas que mais me divirto são os nomes que recebo, os "rótulos". Quando preciso descer do ônibus, aperto um botão exclusivo que apita lá na frente, no ouvido do motorista, as vezes esse apito dispara e não para mais de apitar, imagino a felicidade do motorista e de todos que estão no ônibus, fica aquele bip, bip, bip, a impressão que tenho é que estamos todos em uma grande sala da UTI (na UTI tem aqueles aparelhos que monitoram batimento cardíaco, e ficam apitando constantemente), só espero que não pensaram que eu fiquei apertando desesperadamente, apesar que é bem provável que isso tenha passado na cabeça de alguém!
Além de apertar esse botão e ficar rezando para não disparar, eu grito com a minha super voz de gazela, "Cobradoooor, cobradoooor, vou descer no próximo :D" e aí o cobrador também praticando a voz que tem grita para o motorista "A garota da cadeira vai desceeeeer" bem, eu disse que recebo vários rótulos, e esse foi um deles, vou listar alguns que eles mais usam:
- A cadeirante vai descer (ok, gostei)
- A especial vai descer (hummm, especial... sou mesmo especial, meiga, linda, carismática...hehehe tem que levar no senso de humor)
- A cadeira vai descer... ( O motorista grita: e a Moça fica? - Claro que ele estava tirando uma da cara do cobrador, pois na hora que passei por ele, ele disse: Eu estava brincando viu? Eu queria que ele entendesse que vc é alguém e não uma cadeira de rodas. - Gente, "choquei" esse motorista recebeu dez estrelinhas nesse dia :D)
- A portadora de necessidades especiais vai descer... (Acho que ele colou esse nome do manual da SP Trans de como transportar deficientes hein! :P)
- A moça cadeirante vai descer... (Jóia, esse é o melhor!)
Me divirto com os nomes que recebo, não me incomodam, acredito porque eu aprendi depois de muito tempo que sou o que sinto, e não o que dizem.
Tenho muito que agradecer ao trabalho da maioria dos motoristas e cobradores que estão dispostos a ajudar a todos que possuem algum tipo de deficiência ou limitação pois assim ajudam a construir uma sociedade melhor.
Além de apertar esse botão e ficar rezando para não disparar, eu grito com a minha super voz de gazela, "Cobradoooor, cobradoooor, vou descer no próximo :D" e aí o cobrador também praticando a voz que tem grita para o motorista "A garota da cadeira vai desceeeeer" bem, eu disse que recebo vários rótulos, e esse foi um deles, vou listar alguns que eles mais usam:
- A cadeirante vai descer (ok, gostei)
- A especial vai descer (hummm, especial... sou mesmo especial, meiga, linda, carismática...hehehe tem que levar no senso de humor)
- A cadeira vai descer... ( O motorista grita: e a Moça fica? - Claro que ele estava tirando uma da cara do cobrador, pois na hora que passei por ele, ele disse: Eu estava brincando viu? Eu queria que ele entendesse que vc é alguém e não uma cadeira de rodas. - Gente, "choquei" esse motorista recebeu dez estrelinhas nesse dia :D)
- A portadora de necessidades especiais vai descer... (Acho que ele colou esse nome do manual da SP Trans de como transportar deficientes hein! :P)
- A moça cadeirante vai descer... (Jóia, esse é o melhor!)
Me divirto com os nomes que recebo, não me incomodam, acredito porque eu aprendi depois de muito tempo que sou o que sinto, e não o que dizem.
Tenho muito que agradecer ao trabalho da maioria dos motoristas e cobradores que estão dispostos a ajudar a todos que possuem algum tipo de deficiência ou limitação pois assim ajudam a construir uma sociedade melhor.
A rotina...
A idéia do post de hoje é de contar um dia normal da minha rotina, só uma confissão, a minha rotina sempre muda, nunca é a mesma, não sei porque, mas não curto rotinas. :P
Dia normal = faculdade e trabalho.
O dia começa bem cedo, acordo por volta das 05:30 (tá vai, tem dia que isso estende para 5:50) para estar saindo de casa às 06:45, ainda possuo a sorte de ter uma "mãetorista" para me levar até a faculdade, já fiz a tentativa de pegar ônibus nesse horário, sem condições, os ônibus chegam lotados, para entrar precisa expulsar metade das pessoas para abrir a rampa do ônibus, não sei se sabem, hoje em são paulo existem uma grande quantidade de ônibus adaptados, ou seja, possuem uma rampa que abre e fica quase no nível do chão do ponto de ônibus, assim facilita a entrada de pessoas com cadeira de rodas, que é o meu caso, bem, pegar ônibus de manhã não deu certo, ainda ficará para os mais corajosos que eu.

Imagem do site da Prefeitura de São Paulo
A minha jornada de "rodar rodas" pelas ruas começa depois que terminam as aulas do dia, por volta das 11:40 saio da faculdade, vou até o metrô, faço uma baldiação para pegar um trem, desço do trem e faço uma pausa para o almoço, almoço em algum lugar (haja V.R para bancar isso todo dia) e depois com o "barrigão" cheio "rodo" um trecho de 600m até um ponto de ônibus de uma avenida famosa. Lá pego um ônibus adaptado para finalmente chegar ao trabalho, mas esqueci de contar um detalhe, tenho uma vantagem (mas toda vantagem tem suas desvantagens, assunto para próximos posts) minha cadeira de rodas é motorizada, ou como alguns dizem automatizada "nossa, sua cadeira é automatizada" ou elétrica "Que legal, é elétrica" "Vai gasolina?" .
Muitos dos cadeirantes usam cadeira do tipo manual, aquelas que tem que rodar com o braço, "haja braço..." no meu caso, uma cadeira assim só conseguiria ir até a porta de entrada da minha casa, pra minha sorte fizeram as motorizadas!
Na hora de ir embora, isso ocorre por volta das 22:00 a "mãetorista" entra em ação novamente.
Essa foi a rotina normal, nos próximos posts, contarei as coisas engraçadas que ouço e que ocorrem, os imprevistos, e também as que não são tão engraçadas, mas servem de aprendizado.
Dia normal = faculdade e trabalho.
O dia começa bem cedo, acordo por volta das 05:30 (tá vai, tem dia que isso estende para 5:50) para estar saindo de casa às 06:45, ainda possuo a sorte de ter uma "mãetorista" para me levar até a faculdade, já fiz a tentativa de pegar ônibus nesse horário, sem condições, os ônibus chegam lotados, para entrar precisa expulsar metade das pessoas para abrir a rampa do ônibus, não sei se sabem, hoje em são paulo existem uma grande quantidade de ônibus adaptados, ou seja, possuem uma rampa que abre e fica quase no nível do chão do ponto de ônibus, assim facilita a entrada de pessoas com cadeira de rodas, que é o meu caso, bem, pegar ônibus de manhã não deu certo, ainda ficará para os mais corajosos que eu.

Imagem do site da Prefeitura de São Paulo
A minha jornada de "rodar rodas" pelas ruas começa depois que terminam as aulas do dia, por volta das 11:40 saio da faculdade, vou até o metrô, faço uma baldiação para pegar um trem, desço do trem e faço uma pausa para o almoço, almoço em algum lugar (haja V.R para bancar isso todo dia) e depois com o "barrigão" cheio "rodo" um trecho de 600m até um ponto de ônibus de uma avenida famosa. Lá pego um ônibus adaptado para finalmente chegar ao trabalho, mas esqueci de contar um detalhe, tenho uma vantagem (mas toda vantagem tem suas desvantagens, assunto para próximos posts) minha cadeira de rodas é motorizada, ou como alguns dizem automatizada "nossa, sua cadeira é automatizada" ou elétrica "Que legal, é elétrica" "Vai gasolina?" .
Muitos dos cadeirantes usam cadeira do tipo manual, aquelas que tem que rodar com o braço, "haja braço..." no meu caso, uma cadeira assim só conseguiria ir até a porta de entrada da minha casa, pra minha sorte fizeram as motorizadas!
Na hora de ir embora, isso ocorre por volta das 22:00 a "mãetorista" entra em ação novamente.
Essa foi a rotina normal, nos próximos posts, contarei as coisas engraçadas que ouço e que ocorrem, os imprevistos, e também as que não são tão engraçadas, mas servem de aprendizado.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Apresentando...
Com tantos meios que hoje possuímos para nos comunicar e expressar idéias, por "increspa que parível" o blog é o último que eu pensava em obter... mas hoje, sinto a necessidade de ser mais uma pessoa que através de palavras simples poderá ser um incentivo para leitores curiosos seguirem uma vida mais tranquila e com mais alegria.
Antes me apresento, sou mais uma simples mortal que vive em um país que no momento está indignado com as sujeiras do senado (FORA SARNEY), não sou criativa a ponto de me destacar como pessoas com atitudes que mostram a cara por aí, sou apenas alguém que faz escolhas o tempo todo na vida, sou contra a injustiças, defendo sempre os mais fracos e não me considero vítima de uma sociedade preconceituosa.
Por que digo isso? Digo porque sou à 7 anos "cadeirante" termo usado para quem usa cadeira de rodas por possuir alguma limitação física, e acredito que nos sentimos vítimas de uma sociedade preconceituosa quando a nossa posição perante a nós mesmos é preconceituosa.
Bem, a idéia deste blog como o título já diz "Rodas" seguido de "Vida e Caminho" quer dizer que quero mostrar que através delas "rodas", sigo minha vida escolhendo caminhos, porém caminhos que só posso escolher usando rodas. Isso é uma limitação? Hum, talvez para alguns, mas para mim não é.
Fazemos escolhas o tempo todo na vida, as vezes nem percebemos, mas quando digo que faço escolha de caminho, estou dizendo que opto pelo que mais me faz feliz, que me sinto confortável, afinal são as escolhas que garantirão ou não a nossa felicidade.
Neste blog, postarei vivências minhas pessoais que tive nestes 7 anos. Espero que gostem.
Antes me apresento, sou mais uma simples mortal que vive em um país que no momento está indignado com as sujeiras do senado (FORA SARNEY), não sou criativa a ponto de me destacar como pessoas com atitudes que mostram a cara por aí, sou apenas alguém que faz escolhas o tempo todo na vida, sou contra a injustiças, defendo sempre os mais fracos e não me considero vítima de uma sociedade preconceituosa.
Por que digo isso? Digo porque sou à 7 anos "cadeirante" termo usado para quem usa cadeira de rodas por possuir alguma limitação física, e acredito que nos sentimos vítimas de uma sociedade preconceituosa quando a nossa posição perante a nós mesmos é preconceituosa.
Bem, a idéia deste blog como o título já diz "Rodas" seguido de "Vida e Caminho" quer dizer que quero mostrar que através delas "rodas", sigo minha vida escolhendo caminhos, porém caminhos que só posso escolher usando rodas. Isso é uma limitação? Hum, talvez para alguns, mas para mim não é.
Fazemos escolhas o tempo todo na vida, as vezes nem percebemos, mas quando digo que faço escolha de caminho, estou dizendo que opto pelo que mais me faz feliz, que me sinto confortável, afinal são as escolhas que garantirão ou não a nossa felicidade.
Neste blog, postarei vivências minhas pessoais que tive nestes 7 anos. Espero que gostem.
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