quinta-feira, 15 de outubro de 2009

E o vento quase levou...

Era época de chuvas fortes de verão, aquelas que o céu fica preto, começa a ventar e despenca mais de milhões de litros em instantes e um dia normal de rotina.

Estava indo para o trabalho e eu muito "precavida", resolvi abrir o guarda-chuva ANTES da chuva pois o céu estava preto e logo em instantes o previsto iria acontecer. Abri o guarda-chuva (agora tenho dos grandes) e segui o trecho que gasto mais ou menos uns 7 minutos "rodando", e pensava "Ah, como fui esperta" digo isso porque toda vez que começa a chover, eu com a minha super habilidade, levo um tempo para abrí-lo e sempre acabo me molhando, o que não é muito agradável se for bem no dia que fiz "escova" no cabelo.

Atravessei a primeira parte de uma avenida movimentada e fiquei aguardando o farol de pedestres para atravessar o corredor de ônibus, neste momento, começou um vendaval, passavam voando sacolas plásticas, papelão, papel, as pessoas corriam, e eu lá com o guarda-chuva aberto, brigando com ele, porque ele queria fechar, depois me puxava pra frente, de lado, de outro, só que derrepente a posição do vento mudou, e o guarda-chuva me puxou para trás violentamente, ficando enroscado na minha bolsa, me deixando presa a ele, não tinha como puxá-lo de volta, e a força do vento era tão forte, que a cadeira começou a andar para trás, tudo questão de segundos, eu não conseguia ver uma solução para aquela situação, só sei que (olha o mico) um motorista de ônibus que estava parado no ponto começou a buzinar loucamente e apontar para mim para que alguém que estivesse passando, na realidade correndo (pessoas loucas com medo da chuva) me vissem, aliás, deveriam ter me fotografado, porque até eu queria ver essa cena, e uma mulher e um ciclista me "salvaram", desenroscaram o guarda-chuva com dificuldade pois não era fácil e o vento era tão forte que os dois não conseguiram fechá-lo de primeira. Recomposta agradeci-os e segui para o ponto, meio trêmula e com uma marca roxa no pescoço. Acho que aprendi a lição vale mais um cabelo molhado do que quase sair voando por aí.

Moral da história, nunca andem com o guarda-chuva aberto sem estar chovendo pois você pode correr o risco de sair voando pelos céus da cidade.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Interferências das antenas?

Um fato curioso vem acontecendo com a minha cadeira motorizada. Alguns pontos da Av. Paulista a cadeira não anda, ela começa a perder a força, dá trancos e se eu estiver em uma velocidade alta, o tranco fica forte com risco até de eu cair no chão, praticamente ela vira um brinquedo de parque de diversão =/.
Não sei se isso acontece com outros "cadeirantes motorizados", gostaria até de começar uma pesquisa para saber.
A suspeita que tenho, já que isso acontece bem quando estou próxima a elas, são das grandes antenas que a Av. Paulista mantém.
Mas gente, se for antena, isso é muito grave, como disse um amigo uma vez, se for uma ambulância que estiver passando e os equipamentos falharem? E se algum portador de marca-passo ter o equipamento danificado por conta dessas antenas? Por quê elas interfeririam? Rádios Piratas? Cadê a fiscalização dessas antenas?
Certa vez eu estava indo fazer uns exames em uma clínica na Rua Augusta, e optei por ir pela Paulista, desci no metrô consolação e segui em frente pela calçada, quando faltava uns 400 mts, a cadeira começou a "galopar", fazia barulho com uma trepidação terrível, logo pensei "Vou explodir" "Serei capa de Jornais: Menina cadeirante explode em plena Paulista" humor negro? Bem, vai saber o que poderia acontecer comigo naquela hora se eu esperasse pra ver!
Desliguei a cadeira e fiquei esperando alguém passar para me ajudar, passou um casal apressado e pedi para eles se eles poderiam me ajudar e o senhor entendeu que eu queria saber que horas eram e eles não tinham relógio, disseram "Não temos relógio" e foram apressados embora, logo em seguida passaram dois rapazes, pedi ajuda e eles aceitaram, foram me empurrando até a clínica na Rua Augusta, e o mais curioso que o rapaz que estava empurrando disse "Teve um dia que meu carro não quis abrir as portas de jeito nenhum aqui na Paulista, parecia que o alarme estava em interferência com a antena, tivemos que empurrá-lo para um local que funcionasse".

Há suspeitas bem claras que existe a interferência das antenas com outros equipamentos eletrônicos, mas volto a perguntar, CADÊ A FISCALIZAÇÃO DESSAS ANTENAS?????? Quando é que vou poder voltar a circular tranquilamente pela Paulista?

sábado, 3 de outubro de 2009

Sem carga, e agora?

Sempre me perguntam " Se acabar a carga da cadeira, o que você faz?" e eu sempre respondia "Não sei, ainda não passei por isso, e nem quero passar", pois bem, esse dia tinha que chegar né, e chegou, mas até que consegui sair de boa dessa aventura, como diz uma amiga da facul "Menina, você tem dois anjos, não é possível!".
Bem, as baterias da cadeira de rodas que uso são iguaizinhas de carro, deveriam durar pelo menos 1 ano, mas não foi o que ocorreu, elas duraram somente 8 meses. Estava eu atravessando uma rua, movimentada por sinal, mas estava aberto o farol para pedestres, e na metade dela, acendeu a luzinha vermelha de On/Off da cadeira indicando que "Ei psiu, já era, ponto final para você" gente, meu coração disparou, a cadeira diminuiu bruscamente a velocidade passando a andar lentamente, para o meu desespero. Eu só pensava "Vamos filhinha do meu coração, força, você consegue chegar até o outro lado, vai.. vaaaaaaaaai" e consegui, cheguei do outro lado, subi a calçada com zero de força da cadeira, nem vermelho mais aparecia, fui indo devagarzinho, e graças a Deus eu estava perto de uma estação de metrô, cheguei na porta de entrada e pedi para que chamassem um funcionário "Peeeeeloaaamoorrrdeeedeeeeeus". O funcionário chegou, ele era bem magro e logo pensei "Coitado, mal sabe o que está por vir". Essa cadeira quando não tem carga e precisa ser empurrada parece que tem uns 100 quilos, sem brincadeira. Bem, acontece que nem tudo é perfeito, o aparelho lá que é uma espécie de "elevadorzinho" de cadeira de rodas que desce as escadas estava quebrado, a gente teria que atravessar a avenida e entrar pela outra entrada de escada rolante. Acontece que funcionário nenhum pode sair da estação, e ele não queria de jeito nenhum me ajudar atravessar, mas como eu não sou de abaixar a cabeça (mimada né?) olhei para ele e disse "Eu não sei como fazer então! Vai me deixar aqui mesmo?" aí ele "Ok, eu vou, mas se eles souberem que eu saí vão me matar, vou perder meu emprego" (pensou se leêm este post? :P ainda bem que eu não menciono nome de nada rsrs) Aí fomos atravessar, e ele disse "Vamos esperar o sinal abrir pra gente, porque se eu for atropelado vão descobrir que eu saí" Eu não sabia se ria, ou se me desesperava, mas era uma situação muito cômica. Foi me empurrando com um mega esforço até o vagão do metrô. Avisou a estação que eu ia descer para que pudessem continuar me ajudando. Quando chego na estação, deparo com uma funcionária digamos um pouco menos com vantagem física e novamente eu penso "Aiii nãooo, tadinhaaaa" expliquei para ela da situação e ela topou ajudar, foi me empurrando até a saída da estação (e detalhe que é uma subida bem chata, ela com certeza fez o exercício da semana toda), chegamos na saída e pedi que me deixasse no posto policial (é, a aventura ainda não acabou) conversei com o policial e perguntei se algum deles poderiam me empurrar até o meu trabalho que era mais ou menos perto, uma reta de 7 minutos de caminhada, o policial muito simpático aceitou porém só estava ele no posto, teria que aguardar a chegada dos colegas que estavam na rota. Fiquei aguardando confesso que rezei para não passar nenhum conhecido, pois como explicaria o porque que estava naquele posto policial. Acho que demorou uns 50 minutos e chegaram 3 policiais, e aí um deles me levou. Um policial simpático, viemos conversando, ele ofegante contando da vida, da esposa, do trabalho, eu fazia perguntas sobre a violência daquela região. A entrada do meu trabalho são duas rampas, imagina depois de 7 minutos empurrando, encarou mais duas rampas.
É minha amiga tem razão, devo ter dois anjos da guarda para colocarem na minha vida esses "anjos encarnados" para me ajudar, senão estaria lascada e agora eu sei o que acontece quando acaba a carga da cadeira. ;)

As escoltas de cada dia...

Desde que começaram a melhorar as condições de transportes públicos para os deficientes em geral, eles melhoram muito a questão de segurança da pessoa com deficiência e até para as pessoas sem deficiências nas estações de trens, metrôs e até nas plataformas de ônibus.
Digo isso porque hoje há muitos profissionais trabalhando para isso.
Para vocês terem uma idéia, como eu já disse nos posts anteriores, por dia eu preciso utilizar metrô, trem e ônibus.
Quando chego no metrô, no bloqueio (nas catracas) já tem dois seguranças, de farda preta, com colete a prova de balas, tonfa (aquele bastão para render sujeitos indisciplinados) e normalmente eles são altos, fortes, com postura militar, mas são na maioria das vezes simpáticos, e numa conversa e outra acabam mostrando o lado de cidadão com sonhos, tristezas e tudo mais.
Quando desço na estação seguinte já tem uns 3 seguranças me aguardando, saio do vagão, cumprimento-lhes com um "boa tarde" e seguimos em direção a escada rolante que fica do outro lado da plataforma. A sensação que tenho é de uma Pop Star, totalmente escoltada, normalmente vamos em um ritmo rápido, eles andam muito rápido, um dia encontrei uma amiga neste trajeto e nem deu tempo de falar com ela, ela tentou "Oiii... tudo bem... tchau" não tinha como pará-los e nem explicar pra ela que não dava pra parar.
A parte da escada rolante é a mais divertida, 4 seguranças apanhando para desligar a escada e ligar novamente no sentido certo, quantas vezes estamos lá preparados para ligar e descer, e o sujeito vai e liga pra subir, coitado, vira motivo de tiração de sarro pro resto do dia.
Ao chegar na estação de trem, encontro mais seguranças, porém de uma outra empresa, é engraçado que dá pra perceber a diferença da forma de trabalho, são pessoas mais comuns, não possuem uma postura tãooo militar, embora sejam treinados para atuar como, estão lá fazendo a parte deles. São mais divertidos, piadistas, as vezes atrapalhados, mas são pessoas bacanas também.
Nesse post quis mostrar que a cada ano que passa aumentam a quantidade de profissionais zelando pela segurança de todos em todas as estações de trens, metrôs, e ônibus.